A profissão do farmacêutico está em um processo de profunda mudança no perfil profissional e a Farmácia Clínica é a força motriz que impulsiona o farmacêutico para esse novo perfil. De habilidades estritamente tecnicistas e focada nas atribuições laboratoriais, na manipulação dos medicamentos, farmacotécnica, química farmacêutica e outras áreas, o farmacêutico moderno necessita habilidades humanistas e focar seu olhar no paciente e em oferecer qualidade de vida através de seus conhecimentos.
A mudança de perfil ocorre aos poucos, visto que, muitas faculdades de farmácia ainda não incorporaram aos seus currículos disciplinas que estimulem o desenvolvimento dessas habilidades. Existem alguns pontos que o farmacêutico deve trabalhar e exercitar com a finalidade de aprimorar as habilidades clínicas, afinal a profissão está seguindo esse rumo, centrado no paciente e no cuidado farmacêutico, deixando de ser uma profissão exclusiva do medicamento, como produto técnico utilizado para uma finalidade e reafirmando o farmacêutico como um profissional em contato direto com o paciente, provendo o cuidado farmacêutico, através dos seus conhecimentos em medicamentos, análises clínicas e outras áreas.
O Farmacêutico Clínico reafirma nosso papel na saúde pública e nos reaproxima do paciente, usuário dos sistemas de saúde. Nosso objetivo é levar qualidade de vida à esse paciente com o melhor tratamento farmacológico e não farmacológico possível e sanar seus problemas de saúde.
Para isso existem 7 características essenciais para um farmacêutico clínico de sucesso:
1) SER comunicativo:
A comunicação é essencial visto que esse é o meio onde passamos informações aos nossos pacientes, assim como coletamos informações essenciais para o cuidado farmacêutico desse paciente. Mais importante que ser comunicativo é saber se comunicar com o paciente, criar laços que possibilitem uma maior abertura do paciente e, consequentemente ajude a coletar o maior número de informações possível. Devemos ter em mente que atendemos pacientes de todas classes sociais e com diversos níveis de conhecimento sobre a sua saúde. É nosso papel identificar o nível do saber do paciente para que possamos adaptar nossa comunicação à realidade dele. Saber se comunicar tem muito a ver com saber se fazer entender e entender o que o paciente tem a dizer verbal e não verbalmente.
2) SER ouvinte
Ouvir as necessidades do paciente é imprescindível para iniciar o plano de cuidado farmacêutico, mais que isso é entender o que o paciente espera com o tratamento, quais são suas dificuldades, queixas de saúde, problemas que está enfrentando com a terapia. Ouvir também significa conhecer outros aspectos do paciente que influenciam diretamente em sua saúde: Conhecer sua família, as pessoas com quem mora, seu estado emocional e cognitivo.
3) TER empatia
Se colocar no lugar do paciente traz infinitas reflexões que são importantes para a elaboração do plano de cuidado e definição de objetivos terapêuticos, visto que, entender a realidade do paciente faz com que possamos compreender suas dificuldades com o manejo da sua saúde, suas preocupações e com isso podemos definir nossos objetivos alinhados com aqueles que mais preocupam o paciente. Criar elos desse jeito facilitam a realização das intervenções necessárias para que possa se alcançar as metas terapêuticas e melhorar a qualidade de vida do paciente, afinal é disso que o cuidado farmacêutico trata.
4) SER organizado
A rotina de um farmacêutico geralmente é cheia de atividades sejam elas burocráticas (movimentação de produtos controlados, inventários, assuntos regulatórios), clínicas (dispensação, atendimento farmacêutico, aplicação de injetáveis, aplicação de brincos), gerenciais e outras atividades. A organização é fundamental para um farmacêutico clínico de sucesso, pois é necessário gerenciar o seu tempo para que a realização de atividades burocráticas e gerenciais não consumam grande parte de seu tempo e com isso dificulte o desenvolvimento das atividades clínicas. A organização deve ser diária, semanal e mensal, elencando todas as atividades que são necessárias e atribuir horários e datas limites para sua execução. O atendimento clínico deve ser considerado nesse planejamento, ou seja, devem ser atribuídos horários e tempos limites para sua execução.
5) TER objetivo
Farmácia clínica e cuidado farmacêutico é sobre ter objetivos, são eles que nos motivam e motivam aqueles que nós atendemos. Todo plano de cuidado farmacêutico deve ter objetivos bem definidos e que sejam mensuráveis. O serviço de cuidado farmacêutico também deve ter os objetivos e metas bem desenhados, tanto aqueles econômicos e financeiros, como aqueles humanistas e os desfechos clínicos.
6) SER curioso
A curiosidade é uma características importante para todos os farmacêuticos, para os clínicos em especial, pois devemos nos atualizar constantemente acerca de novas diretrizes, novos tratamentos e novos métodos de cuidado. Todos os planos de cuidado devem ser estudados para que a melhor evidência científica seja aplicada e, desse modo, o paciente receba o melhor cuidado possível.
7) SER minucioso
Os detalhes importam, as vezes muito mais do que aquilo que vemos de primeira vista. Os detalhes explicam muitas características do paciente e é através dele que muitas vezes que encontramos a resolução de problemas relacionados a farmacoterapia. Eventos adversos, erros de dosagem, resultados negativos associados ao medicamento. Todos são detalhes que afetam os resultados do tratamento do paciente e, mais importante, afetam a qualidade de vida.
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