A derme é o tecido conjuntivo sobre o qual se apoia a epiderme. O tecido conjuntivo propriamente dito apresenta-se de muitas formas, as quais são caracterizadas pelos tipos de células que as compõe e pelas fibras. Tais células podem ser: fibroblastos, fibrócitos, macrófagos, linfócitos, plasmócitos, mastócitos, células adiposas e melanócitos.
As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa.
Sua superfície externa é irregular, observando saliências chamadas de papilas dérmicas. As papilas aumentam a área de contato derme-epiderme, trazendo maior resistência à pele.
A figura a seguir demonstra o corte histológico das camadas da pele.
Descrevem-se na derme duas camadas, de limite poucos distintos, que são: a papilar, superficial; e a reticular, mais profunda. A camada papilar é delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo. A camada reticular é mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso não modelado. Ambas camadas contem muitas fibras elásticas, responsáveis, em parte, pela elasticidade da pele. Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são encontradas na derme as seguintes estruturas:
● Folículo piloso - constituído de bainha conjuntiva e bainha epitelial. Produz e envolve o pelo.
O pelo é constituído de três camadas:
- Medula - com queratina mole (rosada), com ou sem melanina (marrom ou preta)
- Córtex - com queratina dura (amarela) e melanina (marrom ou preta)
- Cutícula - muito delgada e difícil de visualizar. Com queratina dura (amarela).
● Glândula sebácea - glândula exócrina alveolar. De aspecto maciço e claro.
● Glândula sudorípara - glândula exócrina tubular enovelada. Vários segmentos com luz ampla, e com uma só camada de células.
A circulação da pele possui uma disposição tal que acomode as diversas necessidades funcionais, como : nutrição da pele e anexos, aumento ou redução do fluxo para facilitar ou dificultar a perda de calor pelo corpo.
As células da camada basal da epiderme repousam sobre uma estrutura chamada membrana basal. à microscopia óptica, essa zona limítrofe corada pelo ácido periódico de Schiff (PAS) revela uma delgada zona uniforme de reação intensa. Os estudos de microscopia eletrônica esclareceram a complexidade dessa região, o que vem facilitando a compreensão de várias doenças cutâneas. A zona da membrana basal é constituída por 4 áreas distintas: A membrana celular da célula basal; a lâmina lúcida, sob a membrana plasmática dos queratinóticos basais, com seus hemidesmossos; a lâmina densa, formada por colágeno tipo IV; e a lâmina fibrorreticular, que se continua com a derme subjacente.
A função da zona da membrana basal é fornecer a ancoragem e a adesão da epiderme com a derme, mantendo a permeabilidade nas trocas entre estes dois componentes e atuando como filtro para a transferência de materiais e células inflamatórias ou neoplásicas.
Aplicação de substâncias na pele com fins terapêuticos
A pele além de proteger o corpo, é também uma importante via de administração de medicamentos e ativos cosméticos, com isso várias substâncias com fins terapêuticos podem ser aplicadas, aos quais apresentam diferentes alvos e mecanismos de ação. Na terapia farmacológica da pele, fatores como características do fármaco, constituição do veículo e características da pele interferem na permeação do ativo e acesso ao seu alvo terapêutico.
Retinoides
Os retinoides são os derivados naturais e sintéticos da vitamina A, incluindo o retinol, o retinal, o ácido retinoico (tretinoína), palmitato de retinila, entre outros. Há também os corticóides, fármacos que apresentam várias funções como: inibição da formação de citocinas inflamatórias, impedindo a ativação de várias células imunológicas, ligação em receptores intracelulares, supressão ou ativação de genes que codificam citocinas, enzimas, moléculas de adesão e fatores responsáveis pela proliferação da pele.
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